
Dormir Bem: O ERRO FATAL do seu sono 10 Dicas #7 choca!
Por danilloleite • 15 de novembro de 2025

Por danilloleite • 15 de novembro de 2025
Este artigo investiga a epidemia de insônia que afeta o Brasil, onde mais de 72% da população relata problemas para dormir. Como jornalista e morador do Grande ABC, analiso como a economia local e o transporte público impactam nosso descanso. Vamos além do óbvio “desligue o celular” e revelamos 10 dicas contraintuitivas, baseadas em ciência, que ninguém te conta sobre como realmente dormir bem. Abordamos desde a importância de “caçar o sol” pela manhã e o paradoxo do banho morno, até o erro fatal da posição que você dorme (a dica #7) e como o álcool, um falso amigo, destrói sua saúde mental e física noite após noite.
Acordar cansado. Apertar o botão “soneca” três, quatro, cinco vezes. Arrastar-se pela casa com a sensação de que um caminhão passou por cima de você. Para a maioria dos brasileiros, essa não é uma exceção; é a regra.
Estamos vivendo uma epidemia silenciosa de qualidade do sono péssima. E os números não mentem. Um levantamento alarmante da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), realizado em 2023, revelou que impressionantes 72% dos brasileiros sofrem com distúrbios do sono, sendo a insônia a líder absoluta do ranking [4.3]. A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) vai além e afirma que 7 em cada 10 brasileiros correm riscos iminentes de vida devido a doenças do sono [4.2].
Como alguém que cresceu e vive no Grande ABC, eu vejo isso todos os dias. Vejo nos rostos exaustos dentro do trem às 5h da manhã. A nossa economia local é movida por pessoas que simplesmente não descansam. Culpamos o estresse, o chefe, a economia local instável. Mas e se o problema for mais profundo? E se tudo que você acha que sabe sobre dormir bem estiver, na verdade, te sabotando?
A maioria dos “gurus” repete o óbvio: “evite cafeína”, “desligue as telas”. Sim, isso é importante, e a Associação Brasileira do Sono aponta que 64% dos brasileiros usam eletrônicos antes de dormir, um dos “vilões do sono” [4.1]. Mas o que eles não te contam pode ser a chave que faltava.
O sono não é um interruptor de liga/desliga. É um processo biológico complexo que depende de luz, temperatura e hormônios. A higiene do sono tradicional foca em regras, mas falha em explicar por que seu corpo se recusa a “desligar”.
O problema é que tratamos o sono como um luxo, quando ele é o pilar central da saúde. A falta de sono de qualidade não afeta apenas seu humor; ela impacta diretamente seu sistema imunológico, sua capacidade de aprendizado, seu peso e até mesmo o risco de desenvolver doenças cardíacas, diabetes e depressão [2.1, 2.2].
Estamos aqui para revelar as 10 dicas que fogem do senso comum. Algumas parecem até erradas, mas são apoiadas pela ciência.
Prepare-se. Vamos quebrar alguns mitos.
O que ninguém te conta é que seu sono da noite começa no segundo em que você acorda. Muitos focam em evitar a luz azul à noite, mas esquecem de buscar a luz de dia.
Seu cérebro precisa de um sinal claro de “começou o dia”. Ao se expor à luz solar direta (sem óculos de sol, se possível) por 10 a 15 minutos logo após acordar, você ancora seu ritmo circadiano [1.3]. Isso ajuda a regular a produção de melatonina (o hormônio do sono) para que ela seja liberada na hora certa, à noite. Um estudo citado pela Artex mostrou que a exposição ao sol pode diminuir em 83% o tempo que uma pessoa com insônia leva para dormir [1.4].
Um banho quente parece relaxante, certo? Sim, mas o segredo não é o calor: é o resfriamento.
Seu corpo precisa diminuir a temperatura interna para iniciar o sono profundo [5.1]. Um banho morno (não escaldante), cerca de 90 minutos antes de deitar, funciona de forma contraintuitiva [3.3]. Ele eleva sua temperatura artificialmente. Ao sair do banho, seu corpo trabalha para se resfriar rapidamente, e é essa queda de temperatura que sinaliza ao cérebro: “é hora de dormir”.

Dormir Bem: O ERRO FATAL do seu sono 10 Dicas #7 choca!
Essa é a dica mais difícil e a mais eficaz para quem sofre de insônia. Se você está na cama há mais de 20 minutos rolando de um lado para o outro, levante-se.
Seu cérebro é uma máquina de associações. Se você fica na cama ansioso, ele associa “cama” com “ansiedade” e “alerta”. A regra de ouro da terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) é: a cama deve ser usada apenas para duas coisas: dormir e sexo [1.4, 3.1]. Ao se levantar, vá para outro cômodo, leia um livro (com luz fraca) e só volte para a cama quando o sono realmente vier [1.3].
“Mas uma taça de vinho me ajuda a relaxar e apagar”. Sim, o álcool é um sedativo e pode ajudar a induzir o sono mais rápido. O que ninguém te conta é o que acontece depois.
O álcool destrói a arquitetura do seu sono, especialmente na segunda metade da noite. Ele suprime o sono REM (o sono dos sonhos, crucial para a saúde mental e consolidação da memória) [1.3]. É por isso que, mesmo dormindo 8 horas após beber, você acorda se sentindo exausto e mentalmente “borrado”.
O mundo corporativo foi feito para as “cotovias” (pessoas matinais). Mas se você é uma “coruja” (vespertino), seu pico de energia natural é mais tarde.
O segredo aqui é parar de lutar contra sua biologia [1.4]. Se você é vespertino, forçar-se a dormir às 22h só vai gerar ansiedade. É melhor aceitar seu cronotipo e ajustar sua rotina (dentro do possível) para dormir um pouco mais tarde e acordar um pouco mais tarde, garantindo as 7-8 horas necessárias [2.3]. Nem todo mundo foi feito para acordar às 5h.
Você acorda no meio da noite e a primeira coisa que faz é… olhar as horas. “Meu Deus, são 3h da manhã. Tenho que acordar em duas horas!”.
Isso é o que os especialistas chamam de “ansiedade de desempenho do sono”. Você começa a calcular, a se estressar por não estar dormindo, o que libera cortisol (hormônio do estresse) e garante que você não vai dormir. Vire o relógio para a parede. Esconda o celular [3.1]. Se você acordar, seu único trabalho é relaxar, não calcular.
Aqui está a dica que prometemos. Falamos sobre quando dormir, mas quase ninguém fala sobre como.
Dormir de bruços (barriga para baixo) pode parecer confortável, mas é um desastre ergonômico. Essa posição exige um esforço maior da sua caixa torácica para respirar e força você a virar o pescoço em um ângulo de 90 graus, desalinhando toda a sua coluna [1.1]. Você pode não perceber, mas seu corpo passa a noite lutando contra a gravidade e a má postura, resultando em microdespertares, dores e um sono de péssima qualidade. A melhor posição? De costas (barriga para cima) ou de lado (com um travesseiro entre os joelhos).
Para os moradores do ABC que pegam o transporte público lotado, um cochilo no ônibus parece inevitável. Mas cuidado.
O sono funciona com base na “pressão de sono” (adenosina), que se acumula durante o dia. Se você tira um cochilo longo (mais de 30 minutos) ou muito tarde (depois das 15h), você “gasta” essa pressão [1.2]. Ao chegar a noite, seu cérebro não sente a mesma necessidade urgente de dormir. Se precisar cochilar, que seja curto (15-20 minutos) e no início da tarde.
Já falamos para “caçar o sol” de manhã. Agora, vamos falar sobre a noite. O erro comum é usar o celular na cama e desligá-lo 5 minutos antes de tentar dormir. Tarde demais.
A produção de melatonina começa muito antes. O ideal é que, de duas a três horas antes de dormir, você comece a reduzir todas as luzes da casa [3.4]. Use abajures, luzes amarelas, e ative o filtro de luz azul em todos os seus aparelhos. Você precisa simular um “pôr do sol” dentro de casa.
Comer uma feijoada ou uma pizza gordurosa e deitar em seguida é pedir por problemas. Alimentos pesados e gordurosos podem causar refluxo gastroesofágico, que piora drasticamente quando você está deitado [1.3].
Além disso, evite beber muito líquido (até mesmo água) perto da hora de dormir, para não ter o sono interrompido por idas ao banheiro [3.1]. Faça sua última refeição principal pelo menos 3 horas antes de deitar, optando por alimentos leves.
A exaustão crônica no Brasil não é um problema individual; é um problema de saúde pública e de economia local.
Do ponto de vista da saúde, a privação de sono é devastadora. Ela está ligada a um sistema imunológico enfraquecido (você fica mais doente), desregulação hormonal (aumentando o risco de obesidade e diabetes tipo 2) e sérios riscos cardiovasculares [2.2]. A BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo) destaca que é durante o sono que ocorrem a regeneração celular e o fortalecimento do sistema imune [2.1].
Do ponto de vista da saúde mental, a falta de sono e a insônia crônica estão diretamente ligadas a transtornos de ansiedade e depressão [2.1].
E no bolso? A ABN alerta que a privação de sono está associada a cerca de 70% dos acidentes, especialmente no trânsito [4.2]. Pense no motorista de ônibus ou caminhoneiro que não dormiu. Pense na sua própria produtividade no trabalho. O Brasil está perdendo bilhões em produtividade porque sua força de trabalho está exausta.
Para vencer a guerra contra a insônia, seu quarto precisa ser um santuário. A higiene do sono é o conjunto de práticas que preparam seu corpo.
Tabela: O Que Fazer vs. O Que Não Fazer no Quarto
| O Que Fazer (Seu Aliado) | O Que NÃO Fazer (Seu Inimigo) |
| Manter o quarto frio (ideal entre 16°C e 20°C) [5.1]. | Usar o quarto para trabalhar ou estudar [1.4]. |
| Investir em cortinas blackout (escuridão total). | Deixar luzes de aparelhos (TV, carregador) acesas. |
| Usar ruído branco ou tampões de ouvido se houver barulho. | Assistir TV na cama [1.3]. |
| Manter um colchão e travesseiros de qualidade. | Discutir ou resolver problemas na cama [3.1]. |
P: Melatonina funciona? Posso tomar?
R: A melatonina é um hormônio, não um sonífero. Ela ajuda a regular o relógio biológico (ótimo para jet lag), mas não “nocauteia” quem tem insônia por ansiedade. No Brasil, seu uso deve ser orientado por um médico, pois a dosagem errada pode piorar o ciclo do sono.
P: Exercício físico ajuda a dormir?
R: Sim, e muito! A atividade física regular é um dos melhores remédios para a insônia [1.1]. O segredo é o horário: evite exercícios muito intensos perto da hora de dormir, pois eles elevam a temperatura corporal e liberam adrenalina, o que pode te deixar alerta [1.3].
P: E se eu tiver Apneia do Sono?
R: A apneia (paradas respiratórias durante o sono) é um distúrbio grave que afeta 1/3 da população [2.3] e é muito comum em homens [4.3]. Se você ronca muito alto, acorda engasgando ou sente sonolência extrema durante o dia (mesmo após 8h na cama), procure um médico especialista em sono. Nenhuma das dicas acima substitui um diagnóstico médico.
Dormir bem não é um luxo, é sua manutenção vital. A exaustão que paralisa o Grande ABC e o restante do Brasil não é uma sentença.
Comece hoje. Não tente aplicar as 10 dicas de uma vez. Escolha duas ou três: acorde e “cace o sol” (Dica #1), vire seu relógio para a parede (Dica #6) e pare de dormir de bruços (Dica #7).
A mudança na qualidade do seu sono pode ser a mudança mais profunda que você fará na sua saúde este ano.
CNN Brasil – Como dormir bem? 12 dicas
Instituto do Sono – Quer dormir bem? Veja 10 dicas
ARTEX – 7 dicas para dormir melhor
Qualicorp – O impacto do sono de qualidade
Jornal da USP – Má qualidade do sono e seus impactos
Dr. Luiz Fernando Neuro – Higiene do Sono: 10 dicas
Omint – Higiene do sono: veja os benefícios
Estadão – 10 dicas para incluir a ‘higiene do sono’
Agência Brasil – 65% dos brasileiros têm problemas com sono
Academia Brasileira de Neurologia – 7 em cada 10 brasileiros